Vivia encostado à árvore mais alta da mata a que chamavam floresta. Os pirilampos e os macacos moravam perto de mim e encontrávamo-nos muitas vezes para testar baterias e provar amendoins. As noites quentes daquele morro verde cheiravam sempre a comidas imprevisíveis que se entranhavam por baixo das portas e chegavam até à célula mais funda de cada organismo. Fumávamos muitas vezes o cachimbo da paz e como era urgente gerar consensos para chegar a lado nenhum, tinhamos de apertar as mãos e sorrir levemente. E lutavamos, no dia a dia, com a cara de que acreditamos que vamos a algum lado ... só que a noite caía mais depressa do que antigamente e ninguém esperava por ninguém. Os pirilampos morreram de tédio e os macacos emigraram para o norte. Fiquei na floresta à espera que nada aconteça.
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